CONSAGRAÇÃO DIÁRIA

CONSAGRAÇÃO DIÁRIA


Virgem Imaculada! Minha Mãe Maria Santíssima! Eu renovo, hoje e sempre, a consagração a Ti de todo o meu ser, para que disponhas de mim para o bem de todos. Somente te peço que eu possa, minha Rainha e Mãe da Igreja, cooperar fielmente com a missão de construir o Reino do teu Filho Jesus no mundo. Por isso, te ofereço minhas orações, meus sacrifícios e minhas ações.

Ó Maria concebida sem pecado, rogai por nós que recorremos a Vós e por todos quantos a Vós não recorrem, de modo especial pelos inimigos da Santa Igreja e por aqueles que a Vós estão recomendados.


INTENÇÃO PARA O MÊS DE JULHO/2025:

Para que sejamos capazes de não procurar tanto ser consolados quanto consolar, ser compreendidos quanto compreender, ser amados quanto amar.

27 janeiro 2011

"Você Sabe com quem está falando?"


Tenho certeza que muitos já devem ter ouvido falar da "síndrome da carteirada", ou seja, aquela pessoa que por algum motivo, função, altura, cor, descendência, etc., acha que é melhor que o restante do mundo. Outorga a si o direito de espalhar um séquito invisível por todo o mundo. E, diga-se de passagem, este fenômeno às vezes se repete em nossas próprias comunidades cristãs.
Essa situação, guardadas as devidas proporções, se dá em nossas comunidades na postura e atitudes de membros que fundaram a comunidade, em coordenadores de pastorais, de ministérios, de bandas e por aí vai. Até mesmo padres e religiosos caem neste pecado de autoritarismo egoísta. Por isso, nós, como discípulos de nosso Senhor, devemos reconduzir a nossa conduta e fugir deste mal que percorre as comunidades.
Para esta reflexão, voltemos à fonte de nossa fé, o Evangelho. Gostaria de destacar perguntas importantes acerca de Jesus e de sua missão no Evangelho de Marcos: quem é Jesus? Qual a sua liderança? Quais direitos sua missão lhe concede? Caminhemos juntos com Jesus ancorados nestas perguntas.
Diferentemente dos outros evangelhos sinóticos, o Evangelho de Marcos não se inicia pela genealogia de Jesus, ou seja, não começa apontando sua origem. No Evangelho de Marcos, Jesus não tem genealogia nem recebe título porque Ele é visto como o "servo", sendo assim desprovido de origem ou título terreno. Essa "não-origem" revela, de certo modo, uma grandeza. Essa grandeza toma-se mais clara se feita uma analogia entre o Evangelho de Marcos e o Livro do Gênesis. Marcos utiliza a mesma palavra do primeiro livro da Sagrada Escritura: Gênesis - "Gênesis do Evangelho de Jesus Cristo, Filho de Deus - Ou seja "Origem da boa notícia de Jesus, o Filho daquele que é Eterno, Deus.
Jesus não atribuirá a si direito algum sobre as coisas ou pessoas; atribuirá tudo à bondade de Deus, da qual Ele procede. Jesus convidará todos à conversão para, assim, alcançar o Reino do Céu. O Evangelho de Marcos aborda a temática do Servo Sofredor, apesar da palavra 'sofredor' ser utilizada de modo equivocado, pois o mais correto seria Servo 'Servidor'. São Paulo salienta esta característica ao recordar as únicas palavras de Jesus fora dos evangelhos: "Há mais alegria em dar do que receber" [Atos, 20,35]. O servir de Cristo era partilhar do amor de Deus Pai, do qual Ele era oriundo.
Ao longo de nossa caminha se faz necessário retomarmos diversas vezes ao Evangelho com o desejo de experimentarmos essa generosidade de Cristo que procede do Pai, já que, por vezes, temos a mesma falta de entendimento dos discípulos. Jesus faz uma dura correção a João e Tiago, que desejam sentar-se um à sua direita e outro à esquerda [Marcos 10,35-39]. Parece que essa situação se repete de modo semelhante em nossos tempos, pois após tantos anos ao lado de Cristo ainda desejamos ser servidos!
O serviço desenvolvido em prol de Cristo não pode gerar sofrimento, embora seja sacrifício. Deve ser expressão do nosso entendimento do próprio convite de Cristo. O amor que sentimos por Deus nos leva a amar as outras pessoas, acolhendo, curando, partilhando e até mesmo sofrendo com os nossos irmãos. Isto em Cristo se dá frente a sua íntima união com Deus Pai: pela madrugada se colocou a rezar [Marcos 2,35]; retirou-se para o outro lado da margem [Marcos 3,7]; no momento mais importante consolou-se junto ao Pai [Marcos 14,35].
Muitos dos nossos grupos, pastorais e ministérios fazem uma parada de férias neste mês de julho. Que bom seria se neste período pudéssemos nos perguntar: "Que servo sou eu para a minha comunidade? Que serviço estende aos membros do meu grupo? O meu ministério é um fardo que conduzo apoiado no exemplo de Cristo?"
Não importa de onde viemos ou que fazemos, mas importa sim se fazemos em nome de Cristo. E tudo aquilo que é feito em seu nome terá a sua marca de misericórdia, compaixão, perdão e serenidade. O serviço dentro da comunidade não traz certezas, traz esperança. Esperança essa que, traduzida em perseverança, nos devolve a certeza e confirma a presença de Cristo em nosso meio. Fica claro o exemplo das discípulas que na manhã de domingo vão ao túmulo para ungir o corpo Jesus. [Marcos 16,2-6].
Queridos irmãos, em nossos ambientes eclesiais, caso tenhamos que fazer a pergunta: "sabe com quem você está falando?" ou alguém venha a nos fazer esta pergunta, prontamente nos responde Jesus: "És tu aquele que faz a vontade de meu Pai?" [Marcos 3,35]. Caso sejamos, estaremos juntos na mesma messe, trabalharemos juntos na edificação de um Reino que se assemelha ao comportamento das crianças [Marcos 9,36].
Que o Senhor nos dê sabedoria e discernimento para cumprir a sua vontade.
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Frei Ennis Cláudio Araújo
Cavaleiro da Imaculada (Ed. 364 – julho, 2010)

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